Lázaro Mabunda critica severamente a "simulação de preocupação" de Filipe Nyusi sobre a violência e raptos em Moçambique
O jornalista moçambicano Lázaro Mabunda, conhecido por suas intervenções contundentes sobre a situação política e social do país, teceu duras críticas à recente declaração do Presidente da República, Filipe Nyusi, acerca dos crescentes episódios de violência, incluindo raptos e assassinatos, que têm abalado Moçambique.
Mabunda considerou que a reacção de Nyusi não passa de uma "simulação de preocupação", uma tentativa, segundo ele, de encenar uma postura de cuidado e empatia que, na verdade, estaria distante de qualquer acção efectiva ou responsabilidade.
Na declaração que desencadeou a crítica, Nyusi lamentou publicamente os actos violentos e os frequentes raptos, que têm gerado insegurança entre os cidadãos moçambicanos.
No entanto, para Mabunda, o chefe de Estado falha ao mostrar genuíno compromisso em resolver essas questões e reforçar a segurança no país.
Mabunda considerou que a reacção de Nyusi não passa de uma "simulação de preocupação", uma tentativa, segundo ele, de encenar uma postura de cuidado e empatia que, na verdade, estaria distante de qualquer acção efectiva ou responsabilidade.
Na declaração que desencadeou a crítica, Nyusi lamentou publicamente os actos violentos e os frequentes raptos, que têm gerado insegurança entre os cidadãos moçambicanos.
No entanto, para Mabunda, o chefe de Estado falha ao mostrar genuíno compromisso em resolver essas questões e reforçar a segurança no país.
“É vergonhoso ver um chefe de Estado a simular preocupação dessa forma”, afirmou o jornalista, acusando o presidente de "uma cumplicidade fora do comum", que, para ele, se assemelha a uma encenação digna de "teatro infantil".(alert-success)
Mabunda questionou a eficácia do governo ao longo dos últimos anos, destacando que figuras-chave da segurança, como o Comandante Geral da Polícia, permanecem inalteradas nos cargos, apesar da constante escalada de violência.
“Os ministros são os mesmos, e não há nenhuma responsabilização. Quem deve ficar preocupado somos nós, cidadãos, enquanto o presidente deveria estar a agir, a tomar decisões concretas”, criticou Mabunda.(alert-success)
Ele reforça que o papel do presidente não é apenas lamentar a situação, mas encontrar meios e utilizar os recursos disponíveis para combater o problema de frente.
Lázaro Mabunda também destacou a falta de respostas do governo em situações passadas, o que, segundo ele, reflecte uma postura de desinteresse por parte da presidência, especialmente quando as vítimas não pertencem a altos escalões do partido governante, a FRELIMO, ou à sua base familiar.
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Ele recorda que em outros casos de assassinato de figuras proeminentes da sociedade civil, como o economista Matavel, o presidente Nyusi não demonstrou publicamente a mesma “preocupação”. Para Mabunda, isso reforça a ideia de que a reacção recente é "falsa" e manipulada para enganar a opinião pública.
Outro ponto crítico levantado por Mabunda diz respeito ao uso das forças armadas e policiais do país. Ele destaca que o governo possui recursos e mecanismos de segurança suficientes para combater a onda de criminalidade que tem tomado conta de Moçambique, mas que esses meios parecem ser negligenciados ou subutilizados.
“Tem todo tipo de instrumentos para combater esse problema, e tu vens publicamente dizer que também estás preocupado?”, questionou Mabunda, enfatizando que a reacção tardia do presidente apenas demonstra uma incapacidade de reconhecer e cumprir o papel de estadista que a posição exige.
A crítica de Mabunda não se limita à actuação de Nyusi, mas estende-se à estrutura do governo em geral, que ele considera estar distanciada dos problemas reais enfrentados pela população. Para ele, a falta de medidas efectivas para combater a violência e os raptos traduz uma liderança "desconectada e irresponsável".
Mabunda aponta que um presidente que se limita a declarar preocupações sem oferecer soluções acaba por desacreditar-se, e deixa o povo entregue a uma situação cada vez mais desesperadora.
Encerrando sua declaração, Mabunda questionou se o presidente Nyusi deveria considerar a renúncia, caso não consiga agir para proteger os cidadãos.
Segundo ele, um verdadeiro chefe de Estado deveria sentir o peso da responsabilidade e empenhar-se activamente em resolver os problemas da nação, ao invés de apenas apresentar uma “preocupação simulada” que, na visão do jornalista, é mais uma tentativa de encobrir a inacção e a ineficácia do governo.
A repercussão das críticas de Mabunda nas redes sociais e entre a sociedade civil reflete o crescente descontentamento da população com a insegurança e a falta de respostas das autoridades.