Manuel de Araújo em Digressão Internacional para Denunciar Irregularidades Eleitorais nas Eleições Gerais de Moçambique
Manuel de Araújo,
candidato a governador da província da Zambézia pela Renamo e atual presidente
do município de Quelimane, está em uma digressão pela Europa e Estados Unidos
para denunciar as irregularidades que, segundo ele, ocorreram nas eleições
gerais de 9 de outubro em Moçambique.
Araújo, um dos
principais líderes da oposição, participou do programa “Washington Fora
d'Horas” da Voz da América, onde afirmou possuir evidências de fraude
eleitoral.
Durante a entrevista
com Ana Guedes, Araújo destacou uma série de irregularidades que ocorreram
durante o processo eleitoral, entre elas, a descoberta de 17 boletins de voto
pré-preenchidos em favor do partido Frelimo.
Segundo ele, tais
provas já foram submetidas aos órgãos internos de administração da justiça. Ele
também mencionou que muitos eleitores não puderam exercer o seu direito de
voto, alegando que os nomes foram removidos seletivamente dos cadernos
eleitorais, uma violação flagrante da Constituição e da Lei Eleitoral de
Moçambique.
Araújo afirmou que o
Frelimo utilizou táticas ilegais para garantir que seus membros fossem
identificados e os opositores retirados das listas eleitorais, garantindo assim
o controlo do processo.
Além disso, mencionou
vídeos que mostram observadores eleitorais votando múltiplas vezes em mesas
diferentes, sendo essa prática ilegal uma das muitas que foram denunciadas às
autoridades competentes.
A missão de Araújo é
simples: garantir que as irregularidades sejam conhecidas internacionalmente e
buscar apoio de instituições internacionais.
Ele afirmou estar a
manter contactos com senadores, membros de parlamentos e representantes de
think tanks na Europa e Estados Unidos, para expor a realidade das eleições em
Moçambique. Ele também está a dialogar com multinacionais, alertando para os
possíveis riscos políticos e sociais no país, caso a situação se deteriore
ainda mais.
Recentemente, Araújo
esteve em Londres, onde participou numa palestra no prestigiado instituto
Chatham House, um importante centro de debates internacionais.
Na ocasião, ele expôs a
sua visão sobre os desafios eleitorais e políticos em Moçambique, alertando a
comunidade internacional sobre o que considera ser um processo eleitoral
manchado por fraudes e manipulações.
Em relação às eleições
na Zambézia, Araújo afirmou que os dados da contagem paralela realizada pela
Renamo indicam que ele está em vantagem na corrida para governador da província.
No entanto, ele admitiu que os resultados oficiais ainda precisam ser
divulgados.
Ele relembrou um
episódio semelhante nas eleições autárquicas de Quelimane, em que inicialmente
foi declarado derrotado, mas após contestação no Conselho Constitucional, a
vitória foi-lhe atribuída, mostrando a eficácia da contagem paralela feita pelo
seu partido.
Apesar de estar em uma
posição de destaque na política moçambicana, Araújo expressou que sua missão
vai além de uma simples vitória eleitoral. Ele vê a sua digressão internacional
como um esforço para garantir que a democracia em Moçambique seja consolidada e
que futuros processos eleitorais sejam conduzidos de maneira transparente e
justa.
"Quero ter a
consciência tranquila de que fiz a minha parte", declarou Araújo ao final
da entrevista, sublinhando que o apoio internacional é fundamental para a
defesa da democracia no seu país.
Agora, Araújo aguarda
os resultados oficiais das eleições e está preparado para contestar
judicialmente quaisquer irregularidades que venham a ser confirmadas,
demonstrando que a sua luta é não apenas política, mas também pela justiça
eleitoral em Moçambique.