União Europeia Pode Pedir Anulação das Eleições em Moçambique Devido a Fraudes Graves e Manipulação de Votos
A União Europeia (UE) considera pedir a anulação das eleições realizadas em Moçambique no dia 9 de outubro de 2024, após identificar uma série de falhas graves e manipulações que comprometem a transparência do processo eleitoral.
As irregularidades foram reveladas por observadores internacionais e destacadas em um vídeo divulgado por Milton Calisto, do canal “MOZ NA DIÁSPORA”.
As falhas incluem manipulação de votos, intimidação de eleitores, parcialidade da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e episódios de violência que colocam em xeque a credibilidade do sistema democrático no país.
Durante a campanha e no próprio dia de votação, os observadores europeus registraram diversas violações das normas democráticas.
Diante dessas evidências, a UE considera essencial que o Conselho Constitucional, responsável por validar os resultados, investigue as denúncias de forma imparcial e transparente para definir os próximos passos.
Segundo Milton Calisto, atualmente residente no Brasil, a CNE atribuiu uma vitória preliminar a Daniel Chapo com 70% dos votos, seguido por Venâncio Mondlane com 20%.
A RENAMO e o MDM dividiram o restante dos votos. Contudo, a oposição e parte da população contestam fortemente esses resultados, afirmando que o processo foi marcado por fraudes e não reflete a verdadeira vontade dos eleitores.
Calisto também destacou que ativistas moçambicanos levaram as denúncias ao Tribunal Internacional de Justiça Eleitoral, na Gâmbia, em busca de justiça.
A UE confirmou que suas observações coincidem com as denúncias apresentadas pelos observadores nacionais, reforçando as dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral.
Além das falhas identificadas, o contexto pós-eleitoral tem sido tenso, com relatos de repressão policial violenta e assassinatos de opositores políticos.
Esses episódios estão afetando a imagem de Moçambique no cenário internacional, onde o país agora é retratado como um regime que ameaça as liberdades civis e a democracia.
Nas próximas semanas, a União Europeia publicará um relatório final com todas as irregularidades constatadas, que será encaminhado ao Conselho Constitucional.
A decisão sobre a validade dos resultados dependerá desse órgão, que terá de avaliar se as falhas comprometem a vitória de Daniel Chapo.
Enquanto o país aguarda ansiosamente por um pronunciamento oficial, muitos cidadãos permanecem céticos quanto à imparcialidade das instituições nacionais.
Segundo Calisto, a população está rejeitando a vitória de Chapo, temendo que o Conselho Constitucional legitime um processo fraudulento e negue a vontade popular.
A UE também apelou para que a CNE e demais instituições envolvidas façam reformas profundas para garantir maior transparência e justiça nas próximas eleições.
A repetição do pleito pode ser uma medida necessária caso as irregularidades superem os limites aceitáveis.