Presidente do RD, Vitano Singano, faz alerta contundente à PRM
FOLHA DE MANICA – Vitano Singano, presidente do partido Revolução Democrática (RD), emitiu uma declaração forte contra a Polícia da República de Moçambique (PRM), acusando a instituição de eliminar indivíduos “um por um” e alertando que os próprios agentes poderão enfrentar retaliações.
Segundo Singano, “da mesma forma que a PRM está a matar, pode também ser alvo de ataques individuais, uma vez que, nas suas residências, os agentes não estão armados com AKM nem protegidos por coletes à prova de bala”.
A fala do líder do RD surge em resposta às tensões políticas crescentes após a morte de dois membros do partido PODEMOS, Elvino Dias e Paulo Guambe.
Elvino Dias, advogado pessoal de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do partido, faleceram no dia 19 de outubro em circunstâncias que levantaram suspeitas.
O caso gerou revolta entre apoiadores de Mondlane e alimentou manifestações exigindo justiça e responsabilização pelas mortes.
A manifestação desta segunda-feira, 21 de outubro, foi marcada pela repressão policial em várias cidades, com uso de gás lacrimogéneo e, em alguns casos, balas reais.
Os protestos foram convocados por Venâncio Mondlane, candidato presidencial apoiado pelo partido PODEMOS, como forma de denunciar as supostas irregularidades nas eleições e a violência dirigida contra seus membros.
Nas ruas de Maputo, testemunhas relataram confrontos entre manifestantes e a polícia. O uso de força pelas autoridades gerou mais indignação na sociedade civil, que denuncia abusos e repressão excessiva.
A situação acirra ainda mais o clima político, que tem estado tenso desde o período eleitoral.
A declaração de Singano representa a insatisfação crescente de setores da oposição com as forças de segurança.
Organizações de direitos humanos alertam que a escalada de violência pode agravar o cenário político no país, caso não haja esforços para promover diálogo e responsabilização.
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