Trump e o Desafio de Reduzir Juros nos EUA: Especialistas Avaliam Limitações e Perspectivas
Em sua campanha, Donald
Trump prometeu aliviar os consumidores das altas taxas de juros. No entanto,
como presidente, essa promessa poderá enfrentar limitações e desafios que fogem
ao seu controle directo, segundo especialistas.
Durante a campanha,
Trump afirmou repetidamente que reduziria as taxas de juros, porém sem explicar
detalhadamente como isso seria feito.
Ele sugeriu que o
presidente deveria ter influência nas decisões do Federal Reserve (Fed), o
banco central dos Estados Unidos, e criticou abertamente a instituição e seu
presidente, Jerome Powell, por não baixar os juros mais rapidamente.
No entanto, mesmo com a
pressão de Trump sobre o Fed para reduzir os juros pagos por consumidores e
empresas, as taxas de empréstimos de longo prazo, como as de hipotecas, são
amplamente definidas pelo mercado de títulos e não estão sob controle directo
de uma única pessoa ou instituição.
O mercado de títulos
considera fatores como riscos de longo prazo, probabilidade de inflação elevada
e a capacidade dos EUA de cumprir suas dívidas no futuro.
Para Kent Smetters,
professor de economia na Wharton School da Universidade da Pensilvânia,
"tendências macroeconómicas são muito mais importantes" do que o
controle do Fed sobre as taxas.
Ele acrescenta que
"o Fed não tem tanto controle como costumava ter", refletindo a
complexidade do cenário econômico.
O Federal Reserve
influencia os juros ao definir a taxa que os bancos pagam para emprestar entre
si em operações de curto prazo, o que pode impactar indiretamente os empréstimos
ao consumidor.
Contudo, essa relação nem sempre é direta. Recentemente, as
taxas de hipoteca subiram mesmo após o Fed cortar os juros, um indicativo da
influência de factores externos.