Seis anos após a detenção de Manuel Chang: Um marco nas Dívidas Ocultas
Nesta segunda-feira, 30
de Dezembro de 2024, completam-se seis anos desde a detenção de Manuel Chang,
ex-Ministro das Finanças de Moçambique, na África do Sul.
O episódio marcou o
início de um dos maiores escândalos financeiros do país: o caso das dívidas
ocultas, que abalou a economia e a credibilidade de Moçambique no cenário
internacional.
Chang foi preso em 30
de Dezembros de 2018 no aeroporto de Joanesburgo, acusado de fraude massiva e
branqueamento de capitais. Durante anos, permaneceu detido enquanto Moçambique
e os Estados Unidos disputavam sua extradição.
A longa disputa
terminou em 2023, quando Chang foi finalmente extraditado para Nova Iorque. Em
agosto deste ano, foi condenado por um tribunal norte-americano, embora a data
da sentença ainda não tenha sido definida. Ele enfrenta uma possível pena de
até 20 anos de prisão.
A prisão de Manuel
Chang não apenas expôs os meandros das dívidas ocultas, mas também desencadeou
uma série de julgamentos em Moçambique.
Entre agosto de 2022 e Janeiro
de 2023, no chamado "julgamento da tenda", figuras proeminentes, como
António Carlos do Rosário e Gregório Leão, antigos dirigentes da secreta
moçambicana, foram condenados.
Armando Ndambi Guebuza,
filho do ex-Presidente da República, e seus associados Teófilo Nhangumele e
Bruno Langa também receberam sentenças severas.
Neste ano de 2024, o
caso voltou ao debate público com uma proposta controversa de indulto
presidencial para os condenados. A medida, que previa a desistência de recursos
judiciais e a devolução de bens em troca do perdão, foi recusada pelos
implicados, que optaram por manter os apelos em instâncias superiores.
Seis anos depois, o
caso das dívidas ocultas continua a gerar desdobramentos, simbolizando um
divisor de águas na história política e judicial de Moçambique. Leia mais neste site...