Folha de Manica

VENÂNCIO MONDLANE CONDICIONA RELAÇÃO COM O NOVO COMANDANTE-GERAL DA PRM, JOAQUIM SIVE AO COMPROMISSO COM O POVO E NÃO AMEAÇA-LOS

VENÂNCIO MONDLANE CONDICIONA RELAÇÃO COM O NOVO COMANDANTE-GERAL DA PRM, JOAQUIM SIVE AO COMPROMISSO COM O POVO E NÃO AMEAÇA-LOS


O presidente eleito pelo povo moçambicano, Venâncio Mondlane, concedeu, nesta quarta-feira, uma entrevista exclusiva ao programa Balanço Geral, da TV Miramar, apresentado por Jorge Matavel. Foi a sua primeira aparição numa emissora nacional após liderar manifestações contra os resultados eleitorais.


Durante a entrevista, Mondlane foi questionado sobre um episódio ocorrido em 2024, quando o actual Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Joaquim Adriano Sive, ainda exercia funções como Comandante Provincial da PRM em Sofala. Segundo Mondlane, na ocasião, Sive teria tentado intimidá-lo, impedindo-o de realizar manifestações populares.


Em tom firme, Mondlane relatou o encontro tenso que teve com o então comandante. “Ele foi até o aeroporto para me receber e fez-me uma ameaça directa, dizendo: ‘Aqui na Beira você não vai fazer o que fez em Nampula’.

 

Em Nampula, havíamos realizado uma grande marcha para reivindicar os resultados eleitorais, e ele queria impedir que algo semelhante acontecesse em Sofala.”


O líder Mondlane destacou que, ao contrário do que se possa pensar, as forças de segurança não pertencem a indivíduos, mas sim ao Estado e ao povo. “As armas que eles usam são cedidas pelo Estado para uma missão, não são propriedade pessoal de ninguém.

 A polícia existe para garantir a ordem e proteger os cidadãos, não para ameaçá-los”, frisou.


Mondlane, afirmou que não se deixou intimidar pela suposta ameaça e reagiu com determinação. “Disse-lhe abertamente: Você não vai me ameaçar. Não têm direito nem capacidade para me meter medo. 


Isto não é o seu feudo, nem um território privado da sua família. Isto é Moçambique, e eu tenho o direito de circular livremente pelo país.”


A respeito da nomeação de Joaquim Sive como Comandante-Geral da PRM, Mondlane expressou uma postura pragmática, condicionando qualquer eventual colaboração à postura que Sive adoptará perante o povo moçambicano. 


“Se ele está genuinamente comprometido em restaurar à confiança entre a polícia e o povo, estamos dispostos à colaborar. Mas isso só será possível se houver uma mudança real na abordagem das forças de segurança”, declarou.


Ademais, Mondlane enfatizou que não guarda ressentimentos pessoais, mas advertiu que o país não pode continuar a ser governado sob um clima de repressão.

 “Animosidades ocorreram, mas, se for do interesse do novo Comandante-Geral superá-las em benefício do povo moçambicano, estarei disponível para colaborar. 

Porém, se a política de intimidação persistir, a nossa resposta será firme.”

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