
Angola nega ter obstruído deportações do Reino Unido e afirma manter cooperação ativa com Londres. Entenda as acusações britânicas e a resposta da embaixada angolana.
A Embaixada de Angola no Reino Unido negou ter bloqueado deliberadamente processos de deportação, depois de o Governo britânico ameaçar impor restrições na emissão de vistos para cidadãos angolanos.
Segundo o embaixador José Patrício, apesar de ter recebido correspondência oficial de Londres alertando para possíveis sanções, Angola mantém um diálogo aberto e contínuo com as autoridades britânicas para resolver a situação.
O diplomata rejeitou as acusações do Ministério do Interior britânico, que afirmou que o consulado angolano não processava documentação atempadamente e exigia que os indivíduos a serem deportados assinassem os seus próprios documentos, o que permitiria atrasar repatriamentos.
Patrício explicou que essa assinatura é um procedimento jurídico universal necessário para validação e não uma exigência criada por Angola.
O embaixador garantiu que o país continua comprometido com a cooperação bilateral e está a analisar soluções que evitem novos impasses. Ressaltou ainda que Angola apresenta indicadores muito baixos de imigração ilegal, contrariando a perceção de falta de colaboração.
As declarações surgem após a ministra do Interior britânica, Shabana Mahmood, ter anunciado no Parlamento que Angola, Namíbia e República Democrática do Congo poderão enfrentar sanções de vistos caso não melhorem a cooperação no repatriamento de cidadãos em situação irregular.
O aviso foi emitido no contexto da nova reforma migratória britânica, que prevê endurecimento das regras de asilo, maior controlo das deportações e limitações no uso de mecanismos legais para travar expulsões.
Fonte da notícia: DW / Lusa
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