Folha de Manica

A actual crise fiscal em Moçambique, cada vez mais visível, é o reflexo de uma década de gestão pública irresponsável, que culminou num cenário de fragilidade económica.

A actual crise fiscal em Moçambique, cada vez mais visível, é o reflexo de uma década de gestão pública irresponsável, que culminou num cenário de fragilidade económica. 

Nos últimos dias, a situação das finanças públicas tem dominado as manchetes e as preocupações aumentam à medida que os sinais de alerta se tor- nam mais evidentes. 

Em 20 de janeiro, durante a posse do novo governo, a Ministra das Finanças, Carla Louveira, sublinhou a necessidade urgente de reestruturar a dívida pública, mencionando um défice profundo que ameaça a sustentabilidade económica do país. 

Este cenário foi ainda agrava- do pelas recentes manifestações, que provocaram uma queda significativa nas receitas fiscais, estima- das em cerca de 640 milhões de euros.

Dois dias após este alerta, o governo, reunido no Conselho de Ministros, admitiu publicamente a sua incapacidade de pagar o décimo terceiro salário aos servidores públicos. 

Embora, no dia 28 de janeiro de 2025, o governo tenha prometido pagar 50% do valor, o pagamento só ocorrerá em fevereiro — uma promessa tradicionalmente aguardada com expectativa pela população e uma medida que havia sido reiterada pelo ex-primeiro-ministro e ex-ministro das Finanças, Adriano Maleane.

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