NAMPULA — O Secretário de Estado em Nampula, Plácido Nerino Pereira, lançou um alerta contundente nesta sexta-feira (25), ao exigir um reforço imediato nas acções de combate à malária, apontando que a província continua entre as mais afectadas do país pela doença.
Apesar de uma ligeira redução de menos de 1% nos casos registados no primeiro trimestre de 2025 (de 800.224 para 792.210), Pereira advertiu que a situação continua crítica e que os avanços obtidos ainda estão muito aquém do necessário.
O número de óbitos caiu para 30, o que representa uma redução de 31,8%, mas não é suficiente para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde.
“Não basta ver melhorias mínimas. Precisamos de acção concertada. É hora de parar de ser reconhecidos como campeões da malária”, disse Pereira num discurso enérgico durante as celebrações do Dia Mundial da Luta contra a Malária.
Para o dirigente, a malária não é apenas uma crise de saúde pública, mas um entrave directo ao progresso económico da província.
“Estamos a gastar milhões em prevenção, tratamento, campanhas, e ainda assim, a produtividade continua a cair, as famílias estão a sofrer e o nosso desenvolvimento está em risco”, sublinhou.
Pereira também fez um apelo veemente contra a desinformação que circula nas comunidades, acusando alguns sectores da sociedade de espalharem mitos perigosos sobre os profissionais de saúde.
“Essa desinformação não só mata, como enfraquece as nossas estruturas de resposta”, afirmou.
No mesmo evento, a administradora do distrito de Nampula, Irene Maria Mega, confirmou que houve um aumento de 4,1% nos casos de malária em relação ao mesmo período de 2024, com um total de 205.886 infecções. No entanto, destacou um dado animador: não houve mortes no distrito este ano.
“As nossas unidades de saúde estão a responder bem, e isso prova que podemos vencer esta batalha, desde que não baixemos a guarda”, declarou Mega.
A situação em Nampula permanece crítica e exige vigilância total. As autoridades pedem cooperação de todos os sectores para virar esta página e livrar a província do peso da malária.
Fonte: Jornal Rigor
