Ex-combatentes da RENAMO acusam liderança e denunciam repressão policial em Maputo

Ex-combatentes da RENAMO acusam liderança e denunciam repressão policial em Maputo

Ex-combatentes da RENAMO denunciam repressão policial em Maputo após ocuparem sede do partido em protesto contra Ossufo Momade. Grupo exige mudanças na liderança

Maputo, 30 de maio de 2025 – A tensão interna na Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) ganhou novos contornos esta semana, depois de um grupo de ex-guerrilheiros ter sido expulso pela força policial da sede nacional do partido, em Maputo. 

Os antigos combatentes, que se opõem à liderança de Ossufo Momade, denunciam detenções abusivas, agressões físicas e maus-tratos durante o período em que estiveram sob custódia policial.

O grupo, que exige mudanças na direção da RENAMO, ocupou a sede nacional como forma de protesto e pressão. A resposta das autoridades foi rápida e contundente. 

Segundo João Machava, porta-voz dos dissidentes, cinco membros ficaram feridos durante a operação, sendo que um deles se encontra hospitalizado em estado grave.

“Fomos tratados com brutalidade. Passámos mais de 24 horas sem água, sem comida, jogados como animais numa esquadra”, afirmou Machava. Além disso, acusa a polícia de ter saqueado bens pertencentes aos ex-combatentes durante a ação de despejo.

Machava aponta o dedo diretamente a Ossufo Momade, líder da RENAMO, a quem chama de “traidor”, por supostamente ter solicitado a intervenção das forças policiais. “Ele escolheu a repressão em vez do diálogo com os próprios membros do partido”, disse.

Os dissidentes afirmam que a sede do partido é também a “sua casa”, conquistada com sacrifícios durante os anos de guerra. “Não invadimos nada. Apenas queríamos ser ouvidos”, justificou o porta-voz.

Neste momento, ex-guerrilheiros de outras províncias estão a deslocar-se a Maputo para se reunirem com o grupo e delinear os próximos passos. Uma nova estratégia de contestação à liderança atual está em curso.

A crise interna na RENAMO levanta dúvidas sobre a coesão do partido a poucos meses das eleições gerais, e reacende questões sobre a integração dos ex-combatentes no processo democrático e de reconciliação nacional. Continua LER mais Clique Aqui


Fonte original: Jornal Ao Minuto

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