
A junta militar da Guiné-Bissau promete combater o narcotráfico, mas especialistas questionam a eficácia das medidas diante do histórico de financiamento ilícito de campanhas políticas.
A Guiné-Bissau enfrenta um novo capítulo na sua longa luta contra o narcotráfico, após a tomada de poder pela junta militar em 26 de novembro de 2025. O general Horta N'Tam, agora Presidente de transição, prometeu tolerância zero contra o tráfico de drogas e corrupção, afirmando que esta será a prioridade do novo governo militar.
O país é conhecido como ponto estratégico na rota de cocaína da América do Sul para a Europa, com estimativas indicando que até três toneladas de droga passam pelo território guineense todos os meses, movimentando valores que podem chegar a 210 milhões de euros no mercado europeu.
Especialistas alertam, no entanto, que o histórico de financiamento de campanhas políticas por traficantes locais gera dúvidas sobre a real capacidade da junta em combater o crime organizado.
Ativistas como Armando Lona e organizações internacionais destacam que ainda é cedo para avaliar se as medidas anunciadas diferirão das práticas anteriores, com receios de que o discurso contra as drogas sirva apenas para conquistar aprovação externa.
Fonte: DW
Foto: Patrick Meinhardt/AFP