A Suécia decidiu terminar gradualmente o apoio a Moçambique até agosto de 2026, redirecionando fundos para a Ucrânia. Analistas apontam frustração com gestão interna e último processo eleitoral.
A Suécia anunciou o fim gradual da cooperação bilateral com Moçambique, num processo que deverá estender-se até agosto do próximo ano. A decisão surge no âmbito de uma reestruturação das prioridades externas suecas, com foco no reforço da assistência à Ucrânia, que deverá receber cerca de 10 mil milhões de euros até 2026. Além de Moçambique, outros países africanos, como Zimbabué, Libéria e Tanzânia, também deixarão de beneficiar deste apoio.
Segundo o The Mozambique Times, a decisão sueca está relacionada com desafios de segurança europeus, mas analistas moçambicanos acreditam que existem outros fatores. O académico José Malaire afirma que pode haver frustração quanto à gestão de recursos por parte do Governo moçambicano, além de possíveis implicações políticas relacionadas com as últimas eleições no país. Para Malaire, nada disto parece coincidência.
A retirada sueca terá impacto em áreas como educação, descentralização, boa governação e direitos humanos, setores que há décadas beneficiam de apoio financeiro e técnico de Estocolmo. Organizações da sociedade civil alertam para possíveis quebras na continuidade de projetos essenciais.
A embaixada da Suécia em Maputo informou ainda que deixará de atender pedidos de vistos de trabalho e residência a partir de 15 de dezembro, transferindo estes serviços para as missões diplomáticas em Lusaca e Pretória.
Fonte da Notícia: DW África
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