Maputo está chocada com a trágica história de uma mãe e enfermeira de 36 anos que perdeu o filho de 9 anos, vítima de queimaduras graves, após alegadamente não ter prestado o devido socorro. O filho mais novo, de 7 anos, encontra-se internado em estado grave no Hospital Central da capital.
A mulher, técnica de enfermagem, encontra-se agora sob custódia policial, acusada de negligência e suspeita de homicídio. As autoridades relatam que as queimaduras ocorreram em dois momentos distintos e suspeitos, num intervalo inferior a duas semanas — sem que os menores fossem levados ao hospital de imediato.
Às autoridades, a enfermeira culpou o centro de saúde onde trabalhava por não ter atendido ao seu pedido de mudança de horário, que a impedia de estar com os filhos. “Sempre fui a única cuidadora deles”, defendeu-se, visivelmente abalada.
Entretanto, a polícia considera que os indícios recolhidos no local e os testemunhos dos vizinhos, que denunciaram maus-tratos frequentes, apontam para responsabilidade direta da mãe, agora indiciada por homicídio negligente.
O caso está a comover a opinião pública e reabre o debate sobre a situação das mães solteiras em Moçambique, bem como a necessidade urgente de mecanismos de proteção infantil eficazes.
