O advogado moçambicano Elvino Dias foi distinguido postumamente com o Prémio Nelson Mandela 2025, atribuído pela associação internacional ProPública. A condecoração chega sete meses após o seu brutal assassinato em plena capital, Maputo, num crime ainda sem respostas oficiais, reacendendo o clamor popular por justiça.
Elvino Dias, reconhecido como “advogado do povo”, representava o então candidato presidencial Venâncio Mondlane, tendo sido morto numa emboscada a 18 de outubro de 2024, quando seguia com o mandatário do partido PODEMOS, Paulo Guambe, também assassinado.
A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), que se constituiu assistente no processo, denuncia a estagnação das investigações, enquanto a população continua a prestar tributo ao legado de coragem e integridade deixado por Elvino.
“O prémio é um reconhecimento da sua luta incansável pelos direitos humanos e pelo Estado de Direito”, declarou Carlos Martins, bastonário da OAM. Martins destacou ainda o impacto moral de Elvino na advocacia nacional, lembrando que ele “ensinou onde deve ser travada a luta: nos tribunais e pela justiça”.
A cerimónia oficial de entrega do prémio, no valor de 10 mil euros, acontecerá no dia 18 de julho, Dia Internacional de Nelson Mandela, e caberá à família do homenageado receber a distinção.
Enquanto isso, a pergunta que ecoa entre colegas e ativistas continua sem resposta: quem matou Elvino Dias — e por quê?
