
O grupo rebelde M23 protagonizou, no sábado (17), um novo episódio de tensão no leste da República Democrática do Congo (RDC), ao expulsar centenas de civis da cidade de Goma, na província de Kivu do Norte, acusando-os de posse de documentos falsos emitidos pelo governo congolês.
As vítimas, entre elas mulheres e crianças, foram forçadas a embarcar em camiões rumo à fronteira com o Ruanda. Segundo relatos de testemunhas, os rebeldes queimaram os documentos de identidade dessas pessoas, sob o argumento de que não eram legítimos.
Grande parte das famílias repatriadas é oriunda de Karenga, uma região historicamente disputada e que esteve sob controlo das Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), grupo considerado inimigo por Kigali e pelo próprio M23.
Tanto o governo ruandês quanto o M23 acusam as autoridades congolesas de colaborarem com os combatentes da FDLR, o que alimenta o conflito armado que há anos assola o leste da RDC.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), cerca de 360 pessoas foram repatriadas para o Ruanda apenas no sábado. O porta-voz do organismo, Eujin Byun, confirmou que o movimento foi acompanhado com preocupação pelas agências humanitárias que atuam na região.
Este novo episódio expõe, mais uma vez, o colapso da autoridade estatal em zonas críticas da RDC e o crescente risco de novos fluxos migratórios forçados.
Fonte: Africannews / ACNUR