
Moçambique entre os países lusófonos mais afetados pelas mudanças climáticas
Moçambique está entre os países africanos de língua portuguesa mais impactados pela crise climática global.
De acordo com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), entre 2022 e 2025, seis ciclones tropicais deixaram mais de 400 mortos e cerca de 1.800 feridos, revelando a vulnerabilidade crescente do país face a fenómenos extremos.
Em 2023, a temperatura média global subiu para 1,52 ºC acima dos níveis pré-industriais, ultrapassando a meta estabelecida pelo Acordo de Paris.
Segundo Eduardo Baixo, representante moçambicano na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o cenário tende a piorar, especialmente com a saída dos Estados Unidos do acordo e a lentidão no financiamento climático.
“A falta de apoio financeiro compromete a implementação de planos de adaptação nos países mais afetados”, afirmou Baixo à DW.
A especialista brasileira Stela Herschmann também criticou o bloqueio por parte da União Europeia e apontou para o risco iminente de “colapso climático”.
Com o foco internacional virado para os conflitos armados, como os que ocorrem na Europa e no Médio Oriente, as questões ambientais têm perdido espaço na agenda global.
No entanto, os países do chamado Sul Global continuam a ser os mais prejudicados por secas, inundações e tempestades.
A poucos meses da COP30, que será realizada em Belém (Brasil), cresce a pressão para que os países desenvolvidos cumpram os compromissos assumidos e apoiem efetivamente os mais afetados pela crise climática.
Fonte: DW África