
Apesar da redução da mortalidade infantil em Moçambique nas últimas duas décadas, doenças evitáveis como malária, cólera e diarreia ainda matam 60 em cada mil crianças antes dos cinco anos
Maputo, 21 de julho de 2025 — Moçambique registou uma redução significativa da mortalidade infantil nas últimas duas décadas, passando de 201 para 60 mortes por cada mil nados vivos.
Apesar dos avanços, o Instituto Nacional de Saúde (INS) alerta que os números continuam elevados e as principais causas das mortes ainda são doenças evitáveis.
Entre os principais fatores que contribuem para a mortalidade infantil no país estão a malária, a cólera e as doenças diarreicas, segundo dados do INS.
Estas patologias, associadas a outras como pneumonia, sépsis e complicações obstétricas, impedem que muitas crianças moçambicanas alcancem os cinco anos de idade.
“O mundo dispõe de meios eficazes como vacinas e equipamentos de diagnóstico, mas as nossas crianças continuam a morrer por causas que poderiam ser evitadas”, afirmou Eduardo Samo Gudo, Diretor-Geral do INS.
Ele defende o reforço urgente nos programas de vacinação e diagnóstico precoce das doenças de infância como estratégia essencial para salvar vidas.
Apesar da melhoria nos índices, o responsável sublinha que “ainda não estamos satisfeitos” com os resultados e que é necessário fazer mais para garantir a sobrevivência infantil em todas as regiões do país.
A província de Cabo Delgado é atualmente a que regista os índices mais elevados de mortalidade infantil.
Como forma de discutir soluções, decorre nesta terça e quarta-feira, na cidade de Maputo, o Fórum Global de Inovação e Ação para Imunização e Sobrevivência Infantil.
O evento reúne mais de 300 participantes, incluindo cientistas, académicos e decisores políticos, com o objetivo de partilhar inovações, reforçar compromissos e acelerar ações concretas.
“Apesar da disponibilidade de vacinas, diagnósticos e tratamentos que salvam vidas, muitos países estão longe de atingir as metas globais. Este fórum visa mobilizar a vontade política, compartilhar inovações e impulsionar ações para reverter essa tendência”, referem os organizadores.
Fonte: O País