Ex-guerrilheiros encerram sedes da RENAMO em Maputo

Ex-combatentes da RENAMO encerram sedes do partido em várias províncias, exigindo a convocação urgente de um Conselho Nacional e acusando o presidente Ossufo Momade de trair os ideais do partido

Ex-combatentes da RENAMO encerram sedes do partido em várias províncias, exigindo a convocação urgente de um Conselho Nacional e acusando o presidente Ossufo Momade de trair os ideais do partido


Maputo, 21 de Julho de 2025 — Um grupo de ex-guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) anunciou, esta segunda-feira, o encerramento da sede do partido na província de Maputo, prometendo o fecho de outras delegações em todo o país. 

A ação decorre em protesto contra a liderança de Ossufo Momade, que é acusado de trair os ideais do partido e de manter silêncio quanto à exigência da convocação de um Conselho Nacional alargado.

“A partir de hoje, que é dia 21, podemos encerrar todas as sedes nacionais”, declarou Samuel Faustino, representante do grupo, durante uma concentração frente à sede da RENAMO na Matola. 

Segundo Faustino, as sedes nas províncias de Manica, Tete, Cabo Delgado, Inhambane e Zambézia já se encontram encerradas.

Os ex-combatentes garantem que os encerramentos decorrem de forma pacífica, sem invasões, limitando-se a colocar novos cadeados nos edifícios.

“Não há possibilidade de invasão porque não estão eles [os dirigentes]. Só vamos mostrar que tínhamos vindo aqui”, afirmou o porta-voz do grupo, composto por cerca de 15 homens.

O grupo acusa o presidente Ossufo Momade de estar “ligado ao Governo da FRELIMO” e de desvirtuar os princípios do partido desde que assumiu a presidência em 2019. “Nós não somos bandidos, somos resistentes”, reforçou Faustino.

A direção da RENAMO havia anunciado para março o primeiro Conselho Nacional de 2025, que nunca chegou a ser realizado. A ausência deste encontro e a falta de comunicação da liderança aumentaram o descontentamento entre os antigos combatentes, que exigem medidas urgentes.

Em maio, a sede nacional da RENAMO e o gabinete de Ossufo Momade foram ocupados por ex-guerrilheiros, tendo sido posteriormente desocupados à força pela polícia, com uso de gás lacrimogéneo e tiros, resultando na detenção de mais de 50 ex-combatentes.

Ossufo Momade foi reeleito presidente da RENAMO em maio de 2024, num processo amplamente contestado internamente. 

A crise no seio do partido agravou-se após as eleições gerais de outubro do mesmo ano, onde a RENAMO perdeu mais da metade dos seus assentos parlamentares, passando de 60 para 28 deputados. Momade obteve apenas 6% dos votos como candidato presidencial — o pior desempenho do partido desde 1994.

Os ex-combatentes apelam ao Governo e à polícia para que não interfiram nos assuntos internos da RENAMO, alertando que qualquer intervenção poderá gerar "atitudes menos desejadas". Continua LER mais Clique Aqui para ver mais


Fonte: DW África

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