Jovens quenianos enfrentam traumas e ansiedade em meio aos protestos contra o Governo de William Ruto e a brutalidade policial
Os protestos liderados pela Geração Z no Quénia tornaram-se um campo de batalha não apenas físico, mas também emocional. Jovens quenianos, que desafiam a brutalidade policial e um Governo liderado por William Ruto, enfrentam traumas profundos, ansiedade e medo constante de morrer nas ruas.
Desde o início dos protestos, pelo menos 31 pessoas perderam a vida só na manifestação «Saba Saba» de 7 de julho, e dezenas de outras ficaram feridas ou foram detidas. A repressão brutal inclui o uso de munições reais e alegadas colaborações entre polícia e gangues armados para suprimir as vozes dissidentes.
Wendy, uma das jovens manifestantes de Nairobi, reconhece o medo de sair às ruas, mas não desiste da luta por um país mais justo para si e para a sua filha. “Estou cansada de sistemas que oprimem uma determinada classe. Quero um país que funcione para todos”, afirmou.
O impacto psicológico destes confrontos é crescente. Profissionais de saúde mental alertam que os jovens vivem um trauma coletivo, agravado pela constante exposição à violência sem perspectivas de mudança imediata. O stress pós-traumático e a ansiedade tornaram-se comuns entre os manifestantes.
Apesar do medo, figuras como Irene Mwari, estudante universitária, continuam a desafiar a repressão. “Se não lutarmos por um futuro melhor, quem o fará?”, questiona.
As manifestações refletem o descontentamento com a má governação, o agravamento da situação económica e a repressão autoritária. E embora o preço emocional seja elevado, a juventude queniana permanece firme na esperança de conquistar mudanças profundas.
Fonte: Redacção Folha de Manica, com informações da DW África