
O Instituto Nacional de Ação Social (INAS) alertou esta sexta-feira (19.07) que os ataques terroristas em Cabo Delgado estão a travar a prestação de assistência social em quatro distritos da província, afetando milhares de beneficiários do subsídio social básico, sobretudo idosos.
De acordo com Henriqueta Patrício, delegada do INAS na província, a instabilidade em Ibo, Meluco, Macomia e Quissanga — usados como corredores pelos insurgentes — tem dificultado os desembolsos regulares dos apoios.
“Os desembolsos não estão a ser regulares, o que faz com que não assistamos os nossos beneficiários em tempo útil”, afirmou a responsável, citada pela imprensa moçambicana.
Cabo Delgado, no norte de Moçambique, enfrenta desde 2017 uma insurgência armada que já provocou milhares de mortos e mais de um milhão de deslocados.
A violência continua a dificultar não só a reconstrução de infraestruturas, mas também o apoio humanitário a populações vulneráveis.
As dificuldades são agravadas pela limitada execução do orçamento nacional destinado à assistência social.
Segundo um relatório recente do Centro de Integridade Pública (CIP), apenas 5% do subsídio social básico foi pago em 2024, refletindo um sistema marcado por má gestão de fundos, falta de supervisão e coordenação institucional ineficaz.
O CIP destaca que cerca de 80% dos beneficiários do programa são idosos, muitos dos quais dependem exclusivamente deste apoio.
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Em consequência da fraca cobertura, muitos têm recorrido à caridade ou adotado "estratégias de sobrevivência indignas da condição humana", alerta o relatório. A crise humanitária não se limita a Cabo Delgado.
Os insurgentes também se têm movimentado para Niassa, província vizinha, onde já foram registados assassinatos, incluindo a decapitação de dois guardas florestais desde abril deste ano. Continua LER mais Clique Aqui para ver mais...
Fonte: Agência Lusa via Deutsche Welle