
A ExxonMobil avalia retomar o projeto de gás Rovuma LNG em Cabo Delgado, após a TotalEnergies levantar a cláusula de “força maior”. Condições de segurança e relações com o governo melhoram
A ExxonMobil admitiu que poderá seguir o exemplo da TotalEnergies e avançar com o megaprojeto de gás natural liquefeito (Rovuma LNG), após melhorias significativas nas condições de segurança em Cabo Delgado.
A confirmação foi feita por Darren Woods, diretor-executivo da petrolífera norte-americana, durante uma conferência telefónica com investidores, realizada a 31 de outubro, a partir do Texas, Estados Unidos.
Segundo Woods, a TotalEnergies já levantou a cláusula de “força maior”, que havia sido acionada em 2021 devido à insegurança provocada pelos ataques armados no norte de Moçambique. “Estamos a analisar e a tentar fazer o mesmo. O projeto está agora a avançar, e sentimo-nos muito bem com isso”, afirmou o executivo.
O megaprojeto da ExxonMobil, avaliado em cerca de 26 mil milhões de euros, ainda depende da aprovação da Decisão Final de Investimento (FID).
A empresa prevê iniciar a exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL) em 2030, com uma capacidade de produção de 18 milhões de toneladas por ano, o maior projeto do género em África.
Com a retoma gradual da estabilidade na província de Cabo Delgado, o governo moçambicano reforçou o otimismo em relação à recuperação do setor energético.
Atualmente, Moçambique é o sexto maior produtor de gás em África e estima-se que as suas reservas possam gerar receitas superiores a 96 mil milhões de euros, segundo a consultora Deloitte.
A ExxonMobil colabora com parceiros como Eni e China National Petroleum Corporation (CNPC) no consórcio da Área 4 da Bacia do Rovuma, reforçando a posição de Moçambique como um dos futuros líderes africanos na exportação de gás natural.
Fonte: Lusa
Foto: Camille Laffont/AFP/Getty Images