Samia Hassan tomou posse como Presidente da Tanzânia após eleições marcadas por repressão e violência. ONU e UE pedem investigação independente sobre as mortes nos protestos
Samia Suluhu Hassan foi empossada como Presidente da Tanzânia nesta segunda-feira (03.11), após vencer as controversas eleições de 29 de outubro, marcadas por repressão, denúncias de fraude e violência generalizada.
A cerimónia, realizada na base militar de Chamwino, em Dodoma, decorreu sob forte segurança e sem acesso ao público, contando com a presença de chefes de Estado africanos e representantes diplomáticos.
Durante a posse, Hassan jurou cumprir o mandato presidencial “com diligência e um coração sincero”. A Comissão Eleitoral Nacional declarou a sua vitória com 97,66% dos votos, numa eleição em que os dois principais adversários da oposição foram impedidos de concorrer.
As eleições foram acompanhadas por protestos violentos em várias cidades, com relatos de centenas de mortos. O partido opositor Chadema afirmou que mais de 700 manifestantes foram assassinados, enquanto fontes hospitalares confirmaram pelo menos 150 vítimas.
Desde o dia da votação, o acesso à internet está bloqueado, dificultando a comunicação e o acesso à informação no país.
A comunidade internacional reagiu com preocupação. António Guterres, secretário-geral da ONU, pediu uma investigação imparcial sobre o uso da força. A União Europeia e a União Africana expressaram pesar pelas vítimas e denunciaram a repressão. Já o governo tanzaniano nega qualquer abuso policial.
Com o país dividido e sob forte tensão política, Samia Hassan inicia um novo mandato de cinco anos, enfrentando críticas internas e internacionais sobre a legitimidade do processo eleitoral e o futuro da democracia tanzaniana.
Fonte: DW
Foto: Michael Jamson/AFP
