
Ministério Público suíço acusa Credit Suisse de não impedir operações de lavagem de dinheiro relacionadas com os 2,7 mil milhões de dólares das dívidas ocultas de Moçambique.
O Credit Suisse, atualmente integrado no UBS Group AG, foi formalmente acusado pelo Ministério Público da Suíça por não ter tomado as medidas necessárias para evitar a lavagem de dinheiro associada aos 2,7 mil milhões de dólares concedidos a Moçambique no âmbito das conhecidas dívidas ocultas.
Segundo as autoridades suíças, tanto o Credit Suisse como o UBS falharam em garantir mecanismos internos de controlo capazes de travar transações suspeitas ocorridas em 2016. A acusação inclui ainda um antigo funcionário do banco, alegadamente envolvido no esquema financeiro.
O UBS rejeitou as conclusões da procuradoria, assegurando que irá defender-se firmemente em tribunal. A instituição recorda que, em 2023, foi alcançado um acordo com o Governo de Moçambique para encerrar litígios relacionados com os financiamentos destinados à frota pesqueira e à vigilância costeira.
O Estado moçambicano acusa o Credit Suisse de ignorar sinais de alerta e indícios de corrupção que envolveram banqueiros no processo de aprovação dos empréstimos. Parte dos fundos, inicialmente destinados à construção de uma frota pesqueira, foi desviada, contribuindo para o agravamento da crise económica que se seguiu à revelação das dívidas ocultas em 2016.
Em 2021, o Credit Suisse aceitou pagar quase 475 milhões de dólares para encerrar investigações internacionais relacionadas com o caso. A nova acusação reforça a pressão sobre o banco e sobre o UBS, que herdou a responsabilidade jurídica dos financiamentos.
O escândalo tornou-se um dos maiores casos financeiros envolvendo instituições europeias e africanas, expondo graves falhas de supervisão interna no extinto Credit Suisse. Continua LER mais Clique Aqui
Fonte: Bloomberg
Foto: Reprodução/Integrity Magazine