
Ex-ministro do Interior Pascoal Ronda e ex-comandante Bernardino Rafael foram ouvidos pela Procuradoria-Geral da República sobre a repressão nos protestos
A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique ouviu esta quinta-feira (10.07) o antigo ministro do Interior, Pascoal Ronda, no âmbito de um processo relacionado com alegadas violações dos direitos humanos durante os protestos pós-eleitorais.
A audição surge dias após a oitiva do ex-comandante-geral da Polícia, Bernardino Rafael, igualmente envolvido no mesmo processo, levantando questões sobre a seriedade das investigações. Nenhum dos dois foi formalmente acusado até ao momento.
A denúncia foi apresentada por organizações da sociedade civil, que exigem responsabilização pelas mortes, detenções arbitrárias e repressão violenta que marcaram as manifestações subsequentes às eleições autárquicas de 2023.
Para o analista político moçambicano Anastácio Tijó, estas audições podem ter duas leituras.
"Por um lado, aparentam ser um sinal de que ninguém está acima da lei. Por outro, podem não passar de uma manobra política para conter a pressão social, sem verdadeira intenção de punir os responsáveis", afirmou em entrevista à DW África.
Tijó alerta ainda que casos anteriores semelhantes não resultaram em responsabilização. "Esses indivíduos pertenciam a um Governo que pode ter mecanismos de proteção interna. Já vimos isso antes", reforça.
A Procuradoria poderá estar a reagir à pressão constante da sociedade civil, mas o desfecho permanece incerto. Para muitos moçambicanos, resta saber se se trata de um passo real rumo à justiça ou apenas teatro político para preservar o sistema vigente. Continua LER mais "Clique Aqui"
Fonte: DW