“Estilo Matar Matado” e a Violência em Moçambique: Reflexão sobre Amor, Justiça e Estado

Artigo analisa a violência em Moçambique, criticando o apelo ao "amor" como solução para assassinatos brutais e defendendo uma refundação do Estado baseada em justiça e verdade.

Artigo analisa a violência em Moçambique, criticando o apelo ao "amor" como solução para assassinatos brutais e defendendo uma refundação do Estado baseada em justiça e verdade

A crescente onda de assassinatos em plena luz do dia envolvendo agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) e do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) tem reacendido o debate sobre a escalada da violência no país e o que muitos consideram ser um colapso moral e institucional.

Em um artigo de opinião publicado pela plataforma Integrity, é feita uma análise crítica ao discurso de figuras políticas influentes, como Margarida Talapa, Presidente da Assembleia da República, que recentemente apelou ao "amor entre moçambicanos" como solução para os conflitos e crimes brutais que assolam a nação. 

A reflexão considera tal discurso “caricato” e descolado da realidade, uma vez que a violência em Moçambique é descrita como estrutural, histórica e profundamente ligada à fundação do Estado e à influência do partido FRELIMO.

O texto denuncia o padrão de execuções com brutalidade extrema — apelidado de estilo “matar matado” — em que as vítimas são alvejadas com dezenas de tiros, como nos casos dos assassinatos de figuras como Elvino Dias, Paulo Guambe, Carlos Cardoso e outros. 

A narrativa sustenta que a violência está enraizada desde os tempos coloniais, passando pela guerra civil e por episódios recentes como os massacres durante as manifestações de 2024, onde mais de 500 pessoas perderam a vida, incluindo civis e agentes do Estado.

Para o autor do texto, Omardine Omar, o problema vai além da retórica do amor: exige uma refundação do Estado baseada em justiça, verdade, segurança pública e respeito à vida. 

Ele conclui que não se precisa de “um plano estratégico nacional de amor financiado pelo Banco Mundial”, mas sim de uma liderança comprometida com valores reais e ações concretas para estancar o ciclo de violência e impunidade.


📚 Fonte: Integrity Magazine – “O caldeirão do escriba: O estilo ‘matar matado’ e o amor que os assassinos não têm!”, por Omardine Omar. Publicado em 5 de Julho de 2025.

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