Assassinatos em Darfur aumentam temor de novo genocídio no Sudão

Assassinatos em Darfur aumentam temor de novo genocídio no Sudão

Assassinatos em massa em Darfur, após avanço das forças paramilitares, levantam temores de novo genocídio e agravam a crise humanitária no Sudão

A situação humanitária em Darfur, no oeste do Sudão, agravou-se nos últimos dias, após relatos de assassinatos em massa e atrocidades cometidas por paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) na cidade de Al-Fashir. A cidade, última grande área fora do controlo das RSF, foi tomada no domingo, após 18 meses de cerco intenso.

De acordo com o líder dos paramilitares, general Mohamed Daglo, a situação é uma “catástrofe”, mas afirmou que “a guerra foi-lhes imposta”, prometendo manter “a unidade do Sudão pela paz ou pela guerra”. 

No entanto, organizações internacionais alertam para o risco real de um novo genocídio na região, semelhante ao ocorrido em 2003.

A investigadora Hager Ali, do Instituto Alemão de Estudos Globais e Regionais (GIGA), explicou que, com a retirada das Forças Armadas, muitos civis tentam fugir, mas as RSF estão a impedir a evacuação. Segundo Ali, os paramilitares querem “mostrar que controlam Darfur e intimidar os civis”.

Relatórios locais indicam que mais de 2.000 civis foram mortos durante a invasão de Al-Fashir. A Organização Mundial da Saúde denunciou ainda um ataque a um hospital que matou mais de 460 pessoas e resultou no sequestro de profissionais de saúde.

Para a especialista Shayna Lewis, as RSF seguem “políticas sistemáticas de genocídio”, herdadas da sua origem no regime de Omar al-Bashir, responsável pelo massacre de 2003. 

O conflito, que começou em abril de 2023, já deslocou 14 milhões de pessoas e deixou o Sudão à beira de uma das maiores crises humanitárias do mundo.

Fonte: Deutsche Welle (DW) / Lusa – 
Foto: AFP/Getty Images

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