
Angola enfrenta nova alta do gasóleo e protestos da sociedade civil
Luanda – O recente aumento do preço do gasóleo em Angola, que passou de 300 para 400 kwanzas, está a gerar um efeito dominó em vários setores da economia, agravando o custo de vida no país.
O economista Nataniel Fernandes alerta para dias difíceis, uma vez que o combustível é essencial para diversas atividades, como agricultura, indústria, transporte e até uso doméstico.
"Ao ser um produto transversal, o aumento do gasóleo afeta todos os setores da economia, criando um efeito de contágio nos preços de bens e serviços", explicou Fernandes.
A sociedade civil, por meio de organizações como a OMUNGA, FORDU e Friends of Angola, classificou a medida como inoportuna, destacando que ela amplia as desigualdades sociais, sobretudo entre os cidadãos que dependem da economia informal e dos transportes públicos.
Por isso, está convocada uma manifestação para o dia 12 de julho, em Luanda, sob o lema: “O teu silêncio mata mais do que a malária.”
Desde a retirada dos subsídios aos combustíveis, em 2023, o gasóleo já encareceu 200%. O governo justifica a medida com o objetivo de arrecadar 400 mil milhões de kwanzas por ano, a serem investidos em saúde, educação e infraestrutura.
No entanto, o impacto direto sobre o bolso dos cidadãos, que já enfrentam sérias dificuldades, gerou forte indignação.
"O povo quer medidas justas e uma redução gradual desses aumentos", afirma Adilson Manuel, ativista envolvido na organização do protesto.
Além do gasóleo, o preço dos transportes também subiu: a corrida de táxi passou de 200 para 300 kwanzas e os autocarros públicos agora cobram 200 kwanzas por viagem.
Fonte: DW África