Leis de cibersegurança na Zâmbia levantam temores sobre vigilância e repressão

Leis de cibersegurança na Zâmbia levantam temores sobre vigilância e repressão

Leis de cibersegurança na Zâmbia levantam temores sobre vigilância e repressão

Lusaca – A promulgação das novas Leis de Cibersegurança e Cibercrime na Zâmbia tem gerado ampla controvérsia, com organizações de direitos humanos alertando para o risco de violações à liberdade de expressão e privacidade. 

Sancionada em abril de 2025 pelo Presidente Hakainde Hichilema, a legislação permite a vigilância total de chamadas, e-mails, mensagens e transmissões em direto.

Segundo o Governo, o objetivo é reforçar a segurança nacional e combater crimes digitais como fraudes online e roubo de identidade. 

No entanto, críticos alertam que as leis são altamente intrusivas e conferem ao Estado poderes para interceção de comunicações e extradição de cidadãos no exterior, com penas que podem chegar a 25 anos de prisão.

A Fundação para os Media da África Ocidental, a MISA e a Ordem dos Advogados da Zâmbia denunciam que a legislação ameaça direitos fundamentais e poderá ser usada para reprimir jornalistas e dissidentes. 

"Estas leis minam a democracia e incentivam a autocensura", declarou Kennedy Mbulo, vice-presidente da MISA Zâmbia.

Apesar de algumas vozes a favor, que apontam para a redução de abusos online, há receios crescentes entre os jovens e profissionais dos media sobre os limites à liberdade digital no país. 

"Será que o governo vai realmente ler tudo o que fazemos?", questiona Joshua Seke, jovem investigador em Kitwe.

A legislação substitui uma versão anterior de 2021 e coloca agora a Agência de Cibersegurança sob o controlo direto da Presidência, gerando preocupações adicionais sobre a separação de poderes e o respeito pelos direitos civis.

Fonte: DW

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem